sábado, 12 de fevereiro de 2011

Logaritmo


"És ordinariamente como todos,
não de indecência,
mas de vulgaridade,
vestindo máscaras impróprias,
para os apelos das tuas entranhas.
Mas não de todo:

Vagueias pelas ruelas
sem nada ver,
a não ser que n'algo te espelhes:
adocicas a mente por momentos
e, novamente, abandonas a ideia de perceber.

Recolhes-te num lirismo real,
que não o de alguém,
a não ser o mesmo que o meu,
e falas de aparentes esperanças
que nem sabes se queres realizar.

Inspiras memórias
num tempo parado
e deixas de expirar futuras lembranças
num tempo que corre...
Apenas sonhas.

Nesse mundo bravio
vedado de cautela
não haverá flores,
apenas a ideia de que há,
pois não entra semente que em ti renasça.

Vigarizas possibilidades,
de tamanhos sorrisos
e crias uma verdade única
a tua, a que reina,
a que não se entende.

Banes-te da sociedade comum,
não porque optes,
mas sabe-te bem
porque tens por onde pensar 
e por que te comportar diferente.

Fascina-me o teu mundo
onde o céu ainda não chegou
é quente e mágico, não é imundo
como aquele que para todos se criou.

Conheces a mentira e a desonestidade
mas os teus pensamentos
embelezam a verdade
que é a realidade. "
Flávia Abreu

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