domingo, 12 de dezembro de 2010









"_ Todas as mulheres me caem num encanto tal
sem que empenhe esforço.
Mas contigo, todo o charme que invisto
é como que roubado, sempre, pelo ar em movimento.
Como consigo não te cativar só a ti?

_ Porque não é o aparente que me cativa.
Já te olhei para dentro,
e tens muito mais do que um charme.
Como não te posso ter,
evito o ímpeto de olhar os teus olhos:
para não cair num estado irremediável." Flávia Abreu

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Na calma da madrugada,
quando todo o mundo dorme,
posso apreciar as coisas em silêncio
e apoderar-me de toda a beleza
sem que ninguém a reivindique.

Solto palavras que nem digo,
e sussurros que se apagam
ao misturar-se com as gotas que caem,
levando segredos que se esmagam no chão.
Libertei-me.

Desnudo-me sem querer,
às horas que ninguém vê;
deixo a lua beijar-me as linhas,
e os poros inspirarem,
e entupirem de saudade.
Volto a aprisionar-me.

Tudo é tão complexo
mas tão simples."
Flávia Abreu